Das sementinhas plantadas durante a pandemia, floresceu um artigo na revista científica Sustainability, em coautoria com o Prof. Carlos Eduardo Félix da Costa, mais conhecido como Cadu no campo da arte contemporânea brasileira, e coordenador do LINDA – Laboratório Interdisciplinar em Natureza, Design e Artes da PUC-Rio.
O artigo relata parte dos resultados de uma pesquisa etnográfica sobre empreendimentos sociais em Bichinho, MG. O ponto de partida é a famosa loja e escola de artesanato Oficina de Agosto, liderada por Toti, que chegou na região nos anos 90 e encontrou um vilarejo sem luz elétrica, sem pavimentação, sem telefonia, mas cheio de capacidades artísticas e criativas, principalmente nas mulheres e na natureza. Hoje, muito graças a esse empreendedor social, Bichinho é um destino turístico em ebulição, tendo no artesanato seu principal atrativo. O estudo usa teorias do paradoxo para entender as transformações comunitárias ocorridas e por vir, jogando luz sobre os encontros entre: o tradicional e o moderno, o rural e o urbano, o forasteiro e o local, entre outras dicotomias. A análise, entretanto, não é feita de forma acrítica. Adotando metodologia, epistemologia e ontologia não extrativistas, discutimos ainda como reverter a dissolução dos propósitos sociais originais de uma empresa social mergulhada nas constantes crises econômicas e políticas brasileiras.
Para este projeto de pesquisa e extensão, a parceria entre a UFSJ e a PUC-Rio inclui também a Memorial University of Newfoundland no Canadá, representada pelo Prof. John Schouten, e a UERJ e a UEMG, representadas pelo Prof. Francisco Alessandri. O aspecto de extensão diz respeito aos produtos artísticos oriundos da pesquisa, sobre os quais comentarei em outra postagem.
Hoje, quero comemorar o artigo publicado no Sustainability, que é considerado A1 pela Capes. E deixar aqui o resumo abaixo e o link para a leitura completa, clicando na imagem a seguir. Abaixo do resumo, uma fotografia de campo que suscita mil discussões.